quarta-feira, 27 de maio de 2009

Obama, Bric, a diversidade étnica e o Brasil

Desde que os negros se levantaram para lutar por direitos civis nos EUA, na década de 1940, a grande conquista dos afroamericanos foi a implantação das ações afirmativas, entre elas as cotas raciais nas universidades e escolas.

A sociedade americana entendeu, há mais de meio século, que não era possível garantir espaços e igualdade para uma população historicamente tratada de forma desigual. A implementação desta política afirmativa para negros nos EUA levou algum tempo, mas floresceu. Barack Hussein Obama e Michelle Obama são o resultado concreto da luta por direitos civis liderada por Martin Luther King, Malcom X e Rosa Parker, numa sociedade em que os negros são menos de 14% da população.

No Brasil, por sua vez, o número de descendentes de negros e indígenas é cerca de 48% da população, segundo o IBGE.

Como um dos países que pode mudar a realidade mundial até 2050, o Brasil precisa avançar em direção à diversidade e à pluralidade. Os países emergentes que formam o Bric – Brasil, Rússia, Índia e China – apostam nas cotas para populações excluídas.

O governo indiano enviou ao Parlamento projeto de lei que dobra as vagas para minorias por cotas nas universidades federais, reservando quase metade a classes "tradicionalmente desfavorecidas".

A Rússia garante na Academia Médica Seshenov, em Moscou, vagas apenas para alunos brasileiros.

A China, mesmo com 99% de suas universidades sendo pagas, aprovou neste ano a gratuidade para filhos dos camponeses.

Das tentativas de reparação aos descendentes de escravos propostas na 1ª Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, promovida em 2001 pela ONU na África do Sul, promulgou-se o Tratado de Durban, de que o Brasil foi relator e que assegurou a implementação de ações afirmativas para negros e outros grupos socialmente frágeis.

Delas, as cotas nas universidades brasileiras são as de maior resultado prático. Em todas as pesquisas feitas, os alunos cotistas aparecem com melhor média de rendimento.

O governo brasileiro pactuou o Tratado de Durban para assegurar ações que garantam diversidade e igualdade de condições entre os historicamente desiguais, rumo à modernidade.

Cotas para mulheres, portadores de deficiência, negros, indígenas e camadas populares são uma forma de equilibrar pluralidade cultural e étnica, e passos importantes para consolidar a democracia brasileira.

Ivanir dos Santos

3 comentários:

Lília Marianno disse...

PROFESSOR IVANIR!

Parabéns pelo texto e pelo engajamento. Estou precisando do seu endereço de e-mails para enviar o panfleto de divulgação do Seminário sobre Educação, Coexistência e Intolerância religiosa que faremos em novembro na FABAT.

Envie para o meu endereço: lilia.marianno@gmail.com

Um abraço.

Profa. Lília Marianno

Unknown disse...

Òla meu irmao e Pai Ivanir, acabei de ler seu texto e ver seu trabalho e quero parabeniza-lo pela luta e pela postura etica com a qual vem atuando com as questoe da nosa raca e da nosssa religiao.No momento Estou na Austria onde ministrarei palestras em Viena , Graz e em Paris na franca sobre Orixas e as manifestacoes da natureza,tambem participarei de uma exposicao de fotos minha, acoes que julgo virem afirmar os valores da nossa raca e do povo omo orixa no mundo. Mas mesmo longe quero dizer que estou ao inteiro dispor para somar nas contrucoes de luta pela causa do nosso povo. Acredito que atraves da luta conciente pela conquista de direitos a politicas publicas , e criacao de acoes afirmativas onde o povo afro descendente possa ser incerido e tratado como respeito, como deve ser tratado todas a racas. Sei da sua luta e postura firmee atuante e acredito que é este o meio para uma solucao, ocupar os nossos espacos enquanto negro, enquanto religioso e enquanto cidadao, legitimando os nosos no poder, para esta encerido onde sao tomadas a decisoes.Sabemos que a forma de luta de cada é muito pessoal mas devemso formar uma unidade quando se trata dos ideais e objetivos de uma caus maior, em pro do comum e coletivos para uma ganho geral e de todos. Por esta razao estarei atento naquilo que poder contribuir. abraco e sua benca.


Babalorixa Anderson de Oxala
Ile asé ala Obatalandê / BA
Membro do forum Nacional de religiosos de Matrizes Africana

PROFESSOR LEONARDO MARIANO disse...

Caro Ivanir, a paz!

Gostaria de parabenizá-lo pelo trabalho que tem feito e desejar-te muitos anos de vida, para que este trabalho se perpetue em gerações futuras.

Gostaria de saber como faço para adquirir o livro Diversidades..., lançado na bienal do ano passado, pois estou elaborando minha dissertação de mestrado em ciências da religião, que tem como tema a Intolerância Religiosa no Brasil, seu enfoque e desenvolvimento com enfase nos direitos humanos, e gostaria de consultar esta obra.

gostaria também de marcar uma visita a comissão de combate a intolerancia religiosa, e conversar sobre o assunto e se possível, alguma contribuição academica para a minha pesquisa.

Meu blog: evangelistamariano.blogspot.com
e-mail: professor.leonardomariano@gmail.com

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